A acne, frequente na adolescência, pode deixar como legado marcas que transcendem a juventude: as cicatrizes. Estas, mesmo após o tratamento da acne em si, persistem como lembranças indesejadas, impactando a autoestima e a qualidade de vida de muitos adultos.
Compreender a formação das cicatrizes de acne, assim como as diferentes opções terapêuticas disponíveis, é crucial para tomar decisões informadas e alcançar resultados satisfatórios.
A seguir, você poderá entender os aspectos essenciais do tratamento de cicatrizes de acne, capacitando o paciente a buscar a solução ideal para recuperar a confiança em sua pele.
Como se formam as cicatrizes de acne?
A pele é um órgão dinâmico e resiliente, possuindo um sistema complexo de reparo tecidual. Quando ocorre uma lesão, como no caso da acne inflamatória, o corpo inicia um processo natural de cura. Neste processo, o colágeno, proteína estrutural da pele, é produzido para “remendar” o tecido lesionado.
No entanto, a produção de colágeno nem sempre ocorre de forma equilibrada. Em algumas situações, a resposta inflamatória exacerbada ou a predisposição genética podem levar à formação de cicatrizes, caracterizadas por irregularidades na textura da pele, como depressões, elevações ou alterações na pigmentação.
Tipos de cicatrizes de acne
As cicatrizes de acne são classificadas em diferentes tipos, cada qual com características específicas que influenciam na escolha do tratamento. Conhecer essa classificação é fundamental para direcionar a estratégia terapêutica de forma personalizada:
Cicatrizes atróficas
Marcadas por depressões na pele, formadas quando há perda de tecido durante o processo de cicatrização.
- Rolling Scars: Apresentam bordas suaves e arredondadas, conferindo à pele uma aparência ondulada, semelhante a pequenas ondulações.
- Boxcar Scars: Caracterizadas por bordas bem definidas em formato de caixa ou vagão, criando depressões arredondadas ou ovais na pele.
- Ice Pick Scars: São cicatrizes profundas e estreitas, com formato semelhante a uma picada de gelo, que penetram profundamente na pele.
Cicatrizes Hipertróficas
Contrárias às atróficas, as cicatrizes hipertróficas são elevadas em relação à pele ao redor. Resultam de uma produção excessiva de colágeno durante o processo de cicatrização.
Cicatrizes Queloidianas
Semelhantes às hipertróficas em sua aparência elevada, as cicatrizes queloidianas se diferenciam por se estenderem além dos limites da lesão original. O tecido cicatricial cresce de forma descontrolada, formando um nódulo fibroso, endurecido e avermelhado.
É possível tratar as cicatrizes de acne?
A boa notícia é que o avanço da dermatologia estética e reparadora oferece um arsenal de tratamentos eficazes para atenuar e, em alguns casos, até mesmo eliminar as cicatrizes de acne.
A chave para o sucesso reside na escolha individualizada do tratamento, considerando o tipo de cicatriz, a gravidade, o fototipo cutâneo e as expectativas do paciente.
A seguir, desvendamos os tratamentos mais utilizados no combate às cicatrizes de acne.
Dermocosméticos
A utilização de dermocosméticos específicos para cicatrizes, sob orientação do dermatologista, pode auxiliar na uniformização da textura da pele, estimular a produção de colágeno e reduzir a hiperpigmentação. Porém, não é indicado como tratamento isolado, uma vez que atinge somente a porção superficial da pele e as cicatrizes apresentam, em geral, um componente profundo.
Lasers Ablativos
Os lasers ablativos vaporizam as camadas superficiais da pele de forma controlada, removendo as células danificadas e estimulando a produção de colágeno. Essa ablação controlada promove uma intensa renovação celular, suavizando as cicatrizes e melhorando a textura da pele.
Lasers Não Ablativos
Diferentemente dos ablativos, os lasers não ablativos não removem as camadas superficiais da pele. Eles atuam de forma mais profunda, aquecendo o tecido cutâneo e estimulando a produção de colágeno sem causar danos à superfície da pele. São especialmente indicados para cicatrizes atróficas e para pacientes com pele mais escura.
Microagulhamento
Técnica minimamente invasiva que utiliza um dispositivo com microagulhas para criar microperfurações na pele. Essas microlesões controladas desencadeiam um processo inflamatório controlado, estimulando a produção de colágeno e elastina, o que resulta na melhora da textura da pele, redução da aparência de cicatrizes atróficas e poros dilatados.
Peelings Químicos
Os peelings químicos consistem na aplicação de soluções químicas na pele, promovendo uma esfoliação controlada que remove as camadas superficiais da epiderme. São indicados para tratar cicatrizes superficiais, manchas e irregularidades na textura da pele.
Preenchimentos Dérmicos
Os preenchedores dérmicos à base de ácido hialurônico são substâncias biocompatíveis que, quando injetadas na pele, preenchem depressões, sulcos e rugas, promovendo um efeito lifting imediato.
No caso das cicatrizes atróficas, os preenchedores atuam elevando o tecido deprimido, nivelando a pele e atenuando a aparência das cicatrizes.
Injeção Intralesional
As cicatrizes hipertróficas ou queloideanas podem se beneficiar do tratamento com medicamentos injetáveis, como os corticoesteroides. Estes agem causando uma atrofia na cicatriz, reduzindo a inflamação, a dor e a coceira que muitas vezes estão associados.
O uso de toxina botulínica também tem sido aplicado para redução da tensão na área próxima ao queloide, influenciando também na redução da hiperproliferação de células que causam a cicatrização anômala.
Cirurgia
Em casos selecionados de cicatrizes hipertróficas ou queloidianas que não respondem aos tratamentos convencionais com medicamentos tópicos, injetáveis ou laser, a remoção cirúrgica da cicatriz pode ser considerada. No entanto, a cirurgia é usualmente reservada como última opção e o paciente deve estar ciente dos riscos e benefícios do procedimento.
Radioterapia
A radioterapia geralmente é associada ao tratamento cirúrgico para reduzir o risco de recorrência das cicatrizes queloideanas. Consiste na aplicação de radiação ionizante, seja na forma de betaterapia, raio X convencional, radioterapia em dose única ou radioterapia com feixe de elétrons. Este tratamento tem como alvo os fibroblastos, células responsáveis pela produção do colágeno, buscando reduzir a sua proliferação exacerbada e a cicatrização anômala. Deve ser realizada com cautela em crianças e jovens, devido à existência de órgãos imaturos sensíveis à radiação.
Quem procurar para tratar cicatrizes de acne?
O tratamento de cicatrizes de acne é um processo individualizado que exige paciência, disciplina e acompanhamento profissional.
É fundamental buscar a orientação de um(a) médico(a) dermatologista para uma avaliação criteriosa, a fim de determinar o tratamento mais adequado às necessidades de cada paciente.
Por isso, se você está sofrendo com as cicatrizes de acnes e espinhas e deseja um tratamento especializado, fale comigo!
Vamos cuidar da sua pele e devolver a sua autoestima!